A influenciadora Valeria Márquez, de 23 anos, foi morta a tiros enquanto fazia uma transmissão ao vivo no TikTok, direto de seu salão de beleza em Zapopan, no México. Pouco antes do crime, ela havia recebido um pacote com um bicho de pelúcia e interagia com os seguidores. Instantes depois, foi baleada e caiu na cadeira, com a live ainda em andamento. A gravação só foi encerrada quando uma pessoa pegou o celular e apareceu brevemente na câmera. 6a4b2r
Segundo a Procuradoria-Geral do Estado de Jalisco, o caso está sendo tratado como possível feminicídio — assassinato de uma mulher por razões de gênero. O autor dos disparos teria invadido o salão antes de cometer o crime.
Valeria acumulava mais de 100 mil seguidores no Instagram e sua morte causou grande comoção no país, que enfrenta altos índices de violência contra mulheres. Dias antes, uma candidata à prefeitura no estado de Veracruz também foi morta a tiros durante uma transmissão ao vivo, junto com outras três pessoas.
Embora nem todos os assassinatos de mulheres sejam classificados como feminicídio, muitos são. Segundo a Anistia Internacional, em 2020, um em cada quatro homicídios de mulheres foi investigado sob essa tipificação. Todos os 32 estados do México registraram casos.
Dados do governo mexicano indicam 847 feminicídios em 2023 e 162 apenas nos três primeiros meses deste ano.
Organizações de direitos humanos denunciam a baixa eficácia das autoridades em resolver esses crimes. Em 2022, cerca de 4 mil mulheres foram assassinadas no país — o que representa 12% do total de homicídios. Apenas 67% dos casos chegam a um veredito, segundo Juanita Goebertus, diretora para as Américas da Human Rights Watch. Para ela, o maior desafio é melhorar a capacidade investigativa do Estado e garantir proteção às vítimas e testemunhas.